Oficina de dança-teatro para corpos mistos, Pessoas com ou sem deficiência (PRESENCIAL)



Eixo Temático

I - Educação para a Cidadania


Público Alvo

Pessoas com ou sem deficiência, a partir de 16 anos.


Período de inscrição

De 15/08/2025 a 15/09/2025


Duração do Curso

4 horas


Período do curso

Dias 18 e 19/09/2025 das 14h às 16h


Horário das aulas

Das 14:00 às 16:00


Conteúdo

As aulas abordarão procedimentos criativos que envolvem o hibridismo entre as linguagens artísticas do teatro, dança e performance, de modo que trabalharemos a ampliação da consciência corporal e da expressão corporal. A partir da criação de atmosferas lúdicas proporcionarão a experimentação cênica e a percepção de diferentes qualidades do movimento; O corpo no espaço; Tempo e ritmo; Propriocepção; Sensibilização de noções básicas de anatomia; Postura corporal; Desenvolvimento da coordenação motora/rítmica, e da dança pessoal. Produziremos a criação de repertórios artísticos pessoais, que poderão resultar em cenas teatrais e/ou dança e/ou ações performativas individuais e/ou coletivas, que ocorrerão de acordo com a escuta ativa e sensível do processo criativo e dos desejos individuais e coletivos, trabalhados em cima de conteúdos pessoais como histórias memória, sonhos e desejos. O formato da oficina se dará em dois encontros de 3 horas, que podem acontecer em dois finais de semana (dois sábados) ou dois dias da semana à combinar. Havendo público interessado podemos estender a experiência da oficina para duração de dois meses, sendo ofertado aulas de 3h, uma vez por semana.
As experiências artísticas propostas na oficina, ressaltam a arte do encontro, valorizam cada singularidade e “voz” das pessoas participantes, trabalhando com corpos com ou sem deficiência alinhando-se ao pensamento da corrente italiana, que revolucionou a forma de enxergar a pessoa com deficiência, como nos traz o prefácio do livro Quem eu seria se pudesse ser, de Carlo Lepri e Enrico Montobbio: (...) não haverá inclusão social e tudo aquilo que se  possa fazer em prol das pessoas com deficiência intelectual, será inócuo se truncar o seu crescimento e impedir a sua entrada na vida adulta. De nada adiantarão as atividades terapêuticas iniciais e a escolaridade tão almejadas se, se vetar o seu ingresso na sociedade adulta como um ser responsável. Nenhuma convivência é plena se não se reconhece no outro um sujeito de direitos e responsabilidades iguais. (SANTOS In MONTOBBIO e LEPRI, 2007, p. 08). Com o trabalho baseado na arte-educação, com ênfase nas Artes da cena e performatividade, busca-se ampliar a percepção de si próprio e de sua expressividade. A exigência de dar ou descobrir um sentido para a própria existência não é específica das pessoas com deficiência, mas é uma necessidade de todas as pessoas. (LEPRI, 2007, p. 10) Através da oficina proposta, as experiências da linguagem do corpo em arte permitirão a exploração de qualquer corpo no espaço e em movimento, possibilita-se que cada indivíduo possa se fortalecer com a própria história, no seu tempo, como em um brincar com o corpo em movimento à sua maneira, e assim possam se entregar e aos poucos ir assumindo que o que era frágil pode ser força no próprio caminhar, no dançar e brincar.
Experienciamos assim uma autonomia criativa que reverbera na integração com o outro e com o mundo. Como nos inspira a pesquisadora e artista DEF Stela Lapponi, que propõe a denominação Corpo Intruso, como a importância de assumir a deficiência como parte de um processo libertador e que expande as potências de atuação. Corpo Intruso chega para abalar e provocar a mudança, se mostra um desrespeitador de limites, um possível desestruturador do sistema. Revela um modo de existir na vida e na arte. A importância em assumir-se Corpo Intruso revela a potencialidade de transformação sociopolítica, cultural e artística” (Lapponi, 2023). 
Desse modo, a oficina proposta trabalha a deficiência como potência, como ponto de partida para a criação estética e de (re) descoberta de outros mundos possíveis. Valendo-se ainda do olhar transdisciplinar, no qual a arte tem muito a potencializar, criando  diálogo entre as áreas do conhecimento, favorecendo os encontros e a escuta. 
Esse encontro entre corpos mistos para dançar e experimentar juntos as linguagens do corpo em arte torna-se, portanto, um facilitador desse lugar criativo e de transformação sociopolítico e cultural que irá contribuir na produção de novos paradigmas sobre a pessoa com deficiência e a inclusão. Dessa forma, pode-se expandir na prática o olhar médico-reabilitador da deficiência para formas criativas de potencializar nossas suas existências.

Facilitadoras:

GABI GIANNETTI - Atriz. Arte educadora. Mestra em Artes da Cena na área de Dança, Teatro e Performance da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Bacharel e Licenciada em Teatro (UDESC-2011). Além de experiência como arte educadora em escolas regulares, atua desde 2018 com oficinas de expressão corporal para pessoas com deficiência em entidades do terceiro setor em Piracicaba, suas aulas trabalham as diferenças como potencial criativo e compositivo. Também atua como audiodescritora e pesquisadora de acessibilidade criativa nas linguagens das artes presenciais. É atriz integrante na Manifesta Companhia e Núcleo Fuga!

JULIA GIANNETTI - Artista, arte-educadora e pesquisadora da Dança. Mestra em Artes da Cena na área de Dança, Teatro e Performance da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Bacharel e Licenciada em Dança (UNICAMP-2005/2006). Atua como Artista-educadora há mais de 18 anos em projetos e instituições de Campinas, São Paulo, Piracicaba e região, integra a equipe multidisciplinar de atendimento a pessoas com deficiências do Centro de Reabilitação de Piracicaba. Atua na educação informal com a integração das linguagens artísticas em atividades que trazem o movimento integrado ao espaço e a objetos, experiências que o acordam para ações criativas. Atua com oficinas artísticas desde bebês e suas famílias até crianças, jovens e adultos com e sem deficiência. 

Observação

A oficina será realizada na Estação da Paulista - Armazém Cultural "Maria Dirce de Almeida Camargo" - Avenida Av. Dr. Paulo de Moraes, 1580 - Paulista

Campanha da Solidariedade: Trazer 1 litro de leite no dia da atividade